quinta-feira, 25 de setembro de 2014

E a introdução alimentar?

É natural que fiquemos ansiosos para vivenciar cada etapa de desenvolvimento dos nossos filhos, entretanto, tal ansiedade pode não ser saudável, em algumas situações causando pressão para a criança ou antecipando momentos pelos quais poderíamos esperar, sem prejuízos.

Quando Benício tinha entre 4 e 5 meses começamos a introdução alimentar. A pediatra havia citado alguns sinais que mostrariam, segundo ela, que a criança estava pronta para tal. Não citarei os sinais, pois hoje, acredito ser mais adequada e segura a oferta de novos alimentos a partir do sexto mês de vida do bebê (quando a maioria apresenta os mesmos), bem como o aleitamento materno exclusivo até essa idade. Começamos oferecendo maçã cozinhada, para evitar possíveis alergias, como pulei a consulta do quinto mês, foi a única coisa que ele experimentou precocemente (que sorte!)

fechados os seis meses, passei a dar de tudo, amassado no garfo (mesmo ele não tendo dentes ainda), cozinhado separadamente até aproximadamente 1 ano. Desde o primeiro dia ele aceitou bem todos os alimentos, salgados e frutas e sempre batia um pratão. 

Saldo da introdução alimentar de Bê: aleitamento materno quase, quase exclusivo até o sexto mês, introdução de diversos alimento ao mesmo tempo (NÃO FAÇAM ISSO), amassados.

Antes do nascimento de Danilo eu já havia optado pela amamentação exclusiva, em livre demanda (sempre que o bebê quiser) até seis meses. Participando de grupos no facebook sobre introdução alimentar, comecei a ler sobre BLW e as leituras me convenceram que era uma boa opção. Como eu voltaria a trabalhar pouco depois de iniciada a oferta de alimentos, não tive coragem de bancar a exclusividade do método, Pela tranquilidade, segurança e conforto de todos (mãe, bebê e babá), decidi mesclar as velhas papinhas amassadas no garfo com a oferta de pedaços de alimentos que ele pudesse segurar e comer, ou não, livremente. 

A sigla BLW significa Baby Led Weaning, passando para o português poderíamos chamar de "desmame guiado pelo bebê", embora saibamos que o leite materno continua sendo o principal alimento até 1 ano e que a amamentação deve prosseguir até 2 anos OU MAIS! 

O método consiste em deixar o interesse do bebê ser a motivação, o guia para que ele comece a se alimentar com outros alimentos fora o leite materno, ou fórmula para os que não mamam mais, Os alimentos devem ser ofertados em tiras do tamanho de um dedo ou pedaços que ele possa segurar, deixados a frente do bebê, para que com a própria mão ele os leve a boca. frutas macias e legumes cozinhados no vapor parecem ser os mais apropriados para os que querem iniciar o BLW.

As principais preocupações dos pais e cuidadores giram em torno de duas perguntas: 1. Ele/ela não vai engasgar? 2.Como saber se ele/ela está comendo o suficiente?

1. Quanto ao engasgo, temos que saber diferencia-l do chamado "gag reflex" que é um movimento involuntário que o bebê faz para colocar pedaços os quais não consegue engolir para fora. Embora pareça que o bebê vai vomitar, o gag reflex é o seu corpo agindo para o proteger do verdadeiro engasgo. É muito comum no início da introdução alimentar e caso aconteça devemos nos manter atentos e esperar que o pedaço de comida saia naturalmente. Devemos nos preocupar apensa se percebermos que a criança tem dificuldade para respirar, nesse caso precisaremos de uma manobra para desengasgá-la, mas isso não deve ser uma preocupação apenas de quem opta pelo BLW. Supervisionar os bebês enquanto comem é imprescindível independente da apresentação dos alimentos.

2. Não há como ter certeza de quanto o bebê está ingerindo e muitas vezes a impressão é de que não comeram nada, Temos que confiar nos nossos filhos. Eles comerão exatamente o quanto precisarem, o que é um dos pontos positivos do BLW. Quando insistimos para que as crianças comam "só mais uma colherada" podemos estar acabando com a sensação de saciedade deles e os fazendo criar um hábito muito comum: comer mais do que precisamos, o que aumenta as chances de obesidade.

Apesar de prático, quanto a preparação dos alimentos, o BLW, dá um pouco mais de trabalho na hora de limpar. A bagunça final é grande, mas o desenvolvimento motor e a relação que ele proporciona entre o bebê e o alimento fazem valer a pena!

É interessante ressaltar que, a princípio, o método foi desenvolvido para crianças que mamaram exclusivamente no peito até o sexto mês de vida. Tais crianças, possivelmente, teriam um desenvolvimento motor diferenciado e estariam,  mais maduras para lidar com diferentes texturas. Elas inclusive vivenciaram um maior treinamento contra engasgos , visto que o bico do peito tem cerca de oito furos por onde pode sair descoordenadamente o leite. Além disso a musculatura da face estaria melhor desenvolvida, por conta do treinamento feito através da sucção do seio materno, que exige um movimento diferenciado da sucção dos bicos artificiais. Apesar disso, há relatos de sucesso no uso do BLW por bebês alimentados com fórmula infantil!

Cada família tem suas particularidades, cada bebê suas individualidades, cabe aos pais conectarem-se com eles, pesarem as orientações do pediatra, sempre procurando se informar das mais recentes pesquisas e evidências científicas e decidir, conscientemente, qual a opção mais saudável para si.

ATENÇÃO: Não sou pediatra, nem nutricionista, muito menos especialista em introdução alimentar, apenas uma mãe que ama muito ser mãe e pesquisa bastante antes de decidir como proceder com seus filhos! Se você se interessou pelo BLW  e pretende tentar, leia mais e converse com o médico do seu filho! Sugiro que entre no grupo "falando de introdução alimentar", no facebook e que siga @babynutri, no instagram!

boa sorte! =)



domingo, 31 de agosto de 2014

educômetro

teste para saber se você está fazendo um bom trabalho quanto a educação do seu filho:

responda as questões abaixo:

1. seu filho obedece a todas as suas ordens?
2. Ele come tudo que você manda?
3. Nunca bateu em outras crianças, nem ocasionalmente tentou estapear sua cara?
4. jamais soltou a sua mão e correu?
5. nem um dia em sua vida deitou no chão do shopping?
6. nenhuma vez gritou na igreja?
7. Sempre divide o lanche e os brinquedos?
8. cumprimenta alegremente seus amigos?
9. desculpa-se e agradece sempre?
10. responde com sim a todos os seus pedidos?

Caso você tenha respondido não a alguma das perguntas a cima, saiba que seu filho é uma criança como qualquer outra! Se você achou que eu ia dizer que ele é mal educado, você não me conhece   estava muito enganado!

Já se você respondeu sim a todas, seu filho só pode ser um ET, desculpa.

Crianças são seres humanos em desenvolvimento e não conseguem perceber o mundo como nós, adultos! Na sua perspectiva, tudo gira em torno delas, por isso não entendem limites. Querem seus desejos atendidos na hora e não adianta explicar, neurologicamente, não estão prontas para obedecer! Nossa responsabilidade é ensiná-las através de empatia e exemplo como agir diante do medo, da curiosidade, do desejo descontrolado de por a mão na tomada.

Dar palmadas e colocar num canto isolado, de castigo (argh, odeio essa palavra!) pode cortar comportamentos indesejados pelos adultos como bater na cara da mamãe, mexer no enfeite da sala, gritar por um pedaço de comida, se jogar no chão, mas isso não quer dizer que a criança aprendeu por que não deve fazer tais coisas! Quando esses comportamentos são extintos por ações semelhantes as citadas, nossas crianças podem perder um pouco da sua individualidade, se moldando a fôrma de obediência esperada pelo mundo a nossa volta e muito provavelmente entenderão aos poucos que não podem lutar pelo que querem, não podem questionar, não podem ser diferentes de ninguém, o que  prejudica seu desenvolvimento e auto-estima.

As chamadas "birras" todas farão, em proporções diferentes, dependendo da sua personalidade. É a maneira que conhecem para expressar seu desapontamento diante da impossibilidade de ter e fazer o que querem. Percebo que o desconforto dos pais mediante tais atitudes é social! Nos constrangemos diante dos olhares dos outros. O que será que pensarão da mãe ou do pai que somos? Mas o que realmente deve importar é o vínculo entre nós e os pequenos! Mais vale validar os sentimentos da criança, demonstrar respeito pelos seus desejos e necessidades particulares e compreensão pelas suas atitudes imaturas (por que, afinal, nós é que somos os adultos, oi?) do que dar satisfação a quem vê de fora e julga sem conhecer nossa vida (e mesmo que conheça!). Deixem que falem, deixem que pensem. Atentem para o que é realmente especial, aquilo que seu filho levará pra vida toda! lembranças de uma pai e uma mãe amorosos, respeitosos, sensíveis! A partir desse exemplo, aprenderão a ser assim também e levarão como herança para sua vida adulta o altruísmo, melhorando suas relações com os que viverem a sua volta. Particularmente, eu acho que o amor é contagioso!

É preciso deixar claro que precisamos, obviamente, ensinar as crianças sobre limites e bom comportamento, mas sempre lembrando de não criarmos expectativas incompatíveis com a maturidade delas! Quando você achar que seu filho fez algo desagradável respire, ponha-se no lugar dele, calmamente resolva a situação e depois de maneira firme, porém amável explique por que o que ele fez te deixou chateado, sempre lembrando de não transferir seus sentimentos para a criança e sim para a atitude dela!

Alguns exemplos de como eu procuro agir com os meninos e tem dado certo:

quando querem mexer em algo que não pode, primeiramente eu avalio se realmente fará diferença mexer naquilo. Se não for algo que machuca, deixo mexer, descobrir, aprender. Se o objeto não é meu ou é perigoso, tiro do alcance da criança, caso não seja possível, faço qualquer macaquice  arrumo algo interessante para ela fazer! Exige criatividade, pois nem sempre é fácil achar algo que chame mais atenção que um objeto proibido, mas funciona e evita o estresse de ficar retirando a criança do local e repetindo "não"!  Palmadas podem cortar esse comportamento, mas sinceramente, não acho que ensinem absolutamente nada e também não acho justo sofrer violência por curiosidade, desejo de aprender e explorar o mundo a nossa volta!

quando ocorre uma crise de choro tento conversar, explicar por que estamos fazendo o que o faz chorar. Normalmente não resolve no mesmo instante, mas coloco no colo, abraço, digo que compreendo (usando termos referentes a situação, ex. "sei que aqui está muito legal e você não quer ir embora agora, mas eu preciso ir e não posso ficar longe do meu filhão!") e procuro mudar o foco da situação fazendo perguntas ou sugerindo novas atividades! Normalmente não dá 3 minutos, estamos todos calmos e felizes!

Quando agem com agressividade, batendo, gritando ou coisa do tipo, calmamente falo que aquele comportamento me entristece, peço para falar baixo (falando bem baixinho) e digo o que espero deles: que me abracem, me beijem, falem palavras agradáveis. As vezes a raiva é grande e eles precisam de um tempo pra se acalmar (acontece até com a gente, é ou não é?), se eu percebo que é o caso, posso até pedir (a Benício claro) que fique no quarto um pouco, mas nunca com o intuito de pensar no que fez (certeza que ou não pensaria ou ficaria com mais raiva ainda), mas sugiro que saia quando se acalmar ou que descubra algo legal para fazermos!

Disciplina positiva é um exercício diário. Compreender que nossos filhos são prioridade, não importando o que os outros estão pensando de nós e refletir sobre suas e nossas atitudes a partir da perspectiva deles é o ponto de partida para fazer dar certo. Dizer não quando necessário e sim quando possível é demonstrar que respeita e se importa com o que pensam e sentem! Sim, crianças pensam e sentem e buscam seus próprios quereres com unhas e dentes! Jamais tentando nos manipular com esperteza maligna,  mas do jeito que sabem. Conforme forem crescendo e aprendendo outras maneiras de argumentar e se comunicar, mudarão de estratégias, ensinemos pois as estratégias do diálogo, do se importar com a necessidade do próximo através do exemplo e do nosso relacionamento com elas!

Sei que não é fácil manter a calma sempre, que outras circunstâncias nos cercam, que também nos cansamos, temos nossos defeitos e fraquezas, mas vale a pena o esforço pra mudar! Uma coisa que me ajuda a não perder a paciência é assumir a responsabilidade pelos meus sentimentos, por exemplo, quando preciso pedir desculpas a Bê, peço e ao invés de falar coisas do tipo "desculpa, mas VOCÊ me estressou" eu procuro falar "desculpa, mas  EU estou muito cansada e estressada, eu não quero mais gritar com você!"

Por fim, vamos abolir os rótulos! nada de taxar os pequenos os nossos ou os alheios) de mal educados, desobedientes, difíceis ou "buliçosos" (um sinônimo, por favor)! vejamos tudo pelo lado positivo! mudar o nosso olhar sobre as crianças, muda a nós mesmso e pode mudar o mundo a nossa volta!







domingo, 10 de agosto de 2014

Pai é pai.


Essa história de que “mãe é mãe” não cola mais! Claro que mãe é mãe, assim como  homem é homem, menino é menino, macaco é macaco  pai é pai.

Não podemos afirmar que a mulher tem um papel mais especial que o do homem na criação dos filhos e não dá mais pra colocar todo homem no mesmo saco, aliás, nunca deu! Não existe uma fôrma só de gente. Nem de mãe, nem de pai.

Pra começo de conversa pai e mãe são os que criam, educam, amam. Isso, sim, podemos reproduzir! Sem essa de que mãe ama mais por ser quem gesta e amamenta, pois mães adotivas amam tanto quanto as biológicas! A gestação pode ser um bônus na conexão mãe-filho, mas existem muitas outras formas de produzir apego!

Pai não é quem ajuda a mãe, é quem faz “sua parte” e a parte de um pode não ter a mesma medida que a de outro, principalmente pra quem vê de fora. Não dá pra ler mente, coração e vivências sociais de todos os homens e sair julgando por que fulaninho é do jeito que é.

Pai é quem se reinventa pra fazer seu melhor! Muitos não entenderam ainda que podem ir além de comida, brinquedos e escola boa. Sinto por eles, estão perdendo tanto...

Admiro os que já abriram a porta da entrega total, com a chave do amor. Que chegam cansados e viram cavalo de cavaleiros de um metro! Fazem os braços de avião e levam coraçõezinhos as nuvens do afeto! Que priorizam seu pequenos, passam noites observando a respiração e não têm vergonha do peito da mulher de fora. Esses que constroem lembranças pra si e para os filhos, na leitura de historinhas, no respirar fundo buscando mais um pouco de compreensão, no pensamento distante que tenta prever onde tudo isso vai dar, no desejo profundo de ser o melhor exemplo de bem!

Temos que parar diante de discursos que viram paredões, para que os pais sejam tudo o que querem ser! temos que incentivar para que sejam todos emocionalmente presentes na vida dos filhos e torcer para que isso transforme aos dois! Mãe é mãe, pai é pai e podem tudo quando a motivação é o amor!

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

1 ano que meu trio virou quarteto

Já comecei a escrever esse texto cinco vezes. Escrevo e apago, não sei o que dizer, nem por onde começar! Penso em quando achei que estava grávida, uns 15-20 dias antes de engravidar. Que louco! O exame deu negativo e eu fiquei aliviada, mas quando deu positivo me senti maravilhada!

E pronto. estava ali, concentrado em meu útero o meu maior amor, todinho, e ao mesmo tempo estava fora com Bê! lembro dos medos, de não saber amar você, Danilo, como amava a seu irmão. Que tola! Chorava e temia que você atrapalhasse a conexão do nosso trio (papai, mamãe e seu irmão), nem imaginava quanta conexão, amor e crescimento poderia haver em um quarteto! 

E nós quatro vamos indo, sendo levados pela loucura de ter um bebê na direção! Sim, você dita as regras e nós abrimos mão de tanta coisa! Não, não és um pequeno ditador, o rei da casa ou um sem limites, mas és o mais desprotegido do grupo o que precisa de mais atenção, seguido por Bê, que recebe a medida que lhe é necessária! 

Vamos felizes, em paz. Uns dias com pressa, querendo que o tempo passe, ansiando fazer tantas coisas impossíveis agora, outros admirando em câmera lenta a doçura de ter você assim pequenino, assim aprendendo e ensinando, cada dia apaixonando com o seu desenvolvimento! 

O que você já sabe falar e fazer são o de menos pra colocar num post como esse, falando sobre a maravilha de tê-lo! O parto que eu tanto quis e consegui, torna-se pequeno perto da grandeza de acordar com seu sorriso! 

dia 27 de julho de 2014 fez um ano que você nasceu. Nesse dia adormeceu mamando e segurando meu dedo, enquanto eu te olhava e chorava sei lá por quê! Apenas agradecida a Deus e pedindo a ele que te protegesse e que me ensinasse a te mostrar o Caminho! 

Sabe quando as pessoas fecham os olhos pra lembrar de algo? Posso sentir teu cheiro, teu toque suave, de olhos abertos enquanto escrevo, e gostaria de nunca esquecer! 

Já tentei terminar esse texto umas cinco vezes, mas não sei como o fazer! há tanta coisa para dizer...

quinta-feira, 24 de julho de 2014

mãe antibrinquedo

Tô eu em lojas de brinquedos tradicionais, onde a maior parte deles é de plástico com botões, luzes e musiquinhas irritantes. Tô eu procurando presentes de aniversários e minutos depois querendo fugir frustrada pra uma livraria qualquer!

Nesse tipo de passeio me canso rápido! Passo o olho nas prateleiras e tirando jogos, quebra-cabeças e um ou outro brinquedo, o resto me enjoa. Bonecos, bonecos, carrinho, pistas, bonecos, coiseras que ocupam espaço demais e permitem pensar de menos, surgem aos meus olhos e tentam acabar com meu bolso ou limite do cartão!

Não, não estou querendo dar uma de intelectual, o problema é  que aqui não cabem tantos bonecos que fiquem esquecidos por dias, semanas e sei que meus filhos são muito inteligentes para seguir o que uma mesa de ferramentas os manda fazer em três línguas diferentes! Quanto mais brinquedo mais bagunça pra arrumar e  além disso, sou do tipo "abaixo o consumismo" e "diga não a publicidade voltada para o público infantil" (ok, eu vou comprar os bonecos de Como treinar o seu dragão da mc donalds porque achei o filme fofo).

Quer ver eu ficar irritada, é Benício vendo tv: "mamãe, eu quero um desse!" "mamãe, eu quero um desse" "mamãe, eu quero um desse"! (santo netflix que me livrou dos comerciais) Bê, senta aqui e vamos fazer nosso brinquedo com papelão! vamos pintar, jogar bola, fazer bolha de sabão com tubo de caneta, casinha de lençol velho!

Adoro quando ele brinca de faz de conta com coisas de verdade, quando a tampa da panela vira escudo de cavaleiro e um pano qualquer transforma-se no vale dos dinossauros... ver seus olhos brilhando, refletindo a transformação de copos descartáveis em binóculo mágico, bom demais!!!

Criança e criatividade têm a ver até no nome, e acho que funcionam bem com brinquedos que não parecem de brincar! É questão de liberdade!

Em 4 anos devo ter comprado dois ou três brinquedos pra Bê. Compro livros, jogos, quebra-cabeças. Bonecos, carrinhos, bolas, ele ganha e agradeço todos os presentes! Claro que tem muita coisa legal! tem cavalo de pau, conjuntinho de médico, cesta de basquete, bonecos de heróis e dinossauros, mas veja bem, pra que exagerar, no aniversário de 3 anos, uma festinha com uns 15 convidados (na escola), o menino ganhou 10 presentes e 7 deles eram carros de plástico! SETE!

O aniversário de Danilo é domingo e quem quiser presenteá-lo não se reprima, apenas pense bem no que vai dar, brinquedos educativos existem, quanto menos luzes melhor, de preferencia que não usem pilhas. =D

Nos mais, quando for a um aniversário infantil seja original, não dê carros e bonecas pois com certeza mais alguém dará!

desculpa a chatice,

beijos






sexta-feira, 11 de julho de 2014

pra frente...


Você cresce e percebe que os sonhos estão sempre se reinventando. Ou porque você mudou e não deseja mais as mesmas coisas ou porque o tempo passou e não deu pra correr atrás de tantos anseios.
Grávida pela primeira vez, em 2009-2010 o que eu mais queria era ser perfeita. Achava que tinha que estar completamente pronta quando Benício chegasse aos meus braços, pra não errar em nada. Os meses passaram e obra milagrosa alguma aconteceu em mim! Eu não sabia que a escola ERA ele, que a cada decisão difícil eu estaria aprendendo, que a cada aperto no coração cresceríamos juntos, que tanto iria mudar, mas não pra poder educá-lo e sim por educá-lo!

Grávida pela segunda vez, em 2012-1014 eu pensava mais uma vez em como precisava melhorar (e ainda penso, e ainda anseio). Há  onze meses Danilo nasceu. e ter dois filhos não é igual a ter um só. Novas experiências, medos, descobertas. Desafios diários, muitos. As vezes eu paro e penso "quando o caos vai acabar?" Sim me sinto plena em tê-los comigo, agraciada com essa missão de educar seres humanos (ainda mais nesse mundo difícil), me sinto amada, mas me acho tantas vezes muito tola, medrosa e imperfeita pra algo tão grandioso como a maternidade!

Como eu ia dizendo, parece que estou em meio a um caos. Uma guerra comigo , para ser clara. Olhando de fora alguém pode pensar: "Ela tem uma bela família, saúde, trabalho, o que ela está falando?" Até eu penso e me sinto completamente feliz e realizada, mas ao mesmo tempo cansada, insegura.

Quanto aos sonhos de que falava lá em cima e não só os sonhos, mas os desejos e até as necessidades que parecem urgentes , precisam, quase sempre, ser deixados pra depois. E depois não são algumas horas, muitas vezes não são apenas dias, talvez anos, talvez vidas... possivelmente, muitos ficarão pra nunca mais e com o tempo deixarão de fazer falta.

O tempo da maternidade briga com nossos próprios quereres, nos encurralam em meios a desafios nos fazendo pensar em caminhos mais fáceis. Nessas horas eu lembro que com eles, os filhos, não terei depois, não terei segundas chances. O que vale é o aqui agora e é preciso fazer o melhor. Mesmo cansada, cheia de vontades, posso esperar. Tudo pode esperar, por que aqueles 9 meses em que achei que não mudei em nada passaram, 4 anos se passaram, mais 40 semanas se passaram, por fim, 11 meses se foram. Parece pouco, mas é tudo o que eles já viveram.

As noites em claro, febres, mordidas, "birras" passam, mas passam também o colinho, o cheirinho de bebê, o correr para os nossos braços, o ser tudo que eles precisam. Eu fico feliz que, em meio a tanta insegurança, eu tenha plena consciência disso e que, em meio a tanta imperfeição, eu possa aprender com eles e por eles a ser melhor!

Desculpem se o texto é confuso, mas são sentimentos expostos como são, como os sinto. Hoje não consigo projetar 100% quem eu gostaria de ser. Consigo gostar do que sou, mas não completamente de modo que não queira mais mudar. O que sei é que me transformo todos os dias, caminhando, nunca mais sozinha.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Deixem parir e deixem não parir também!

São indiscutíveis as vantagens do parto natural quanto a saúde de mãe e filho assim como não podemos questionar a eficácia da cesariana como uma cirurgia capaz de salvar vidas nos casos em que há alguma intercorrência. Além do aspecto físico, muitas mulheres (tipo eu) relatam ter vivido algo muito louco fantástico e transformador ao parir, mas precisamos reconhecer que o parto normal, para que seja uma experiência benéfica para a mulher, deve ser uma escolha da mesma.

Infelizmente, nem sempre fazemos escolhas baseadas em informações de qualidade, assim como nem todas as nossas decisões são racionais. Insegurança, medo da dor, desejo de proteger nossos filhos nos levam a cometer erros e acertos. Mesmo assim, em tempos de luta pela humanização do parto, cesariadas tornam-se, muitas vezes, alvo de críticas, principalmente pessoas públicas, como atrizes, modelos, e famosas em geral.

Quinta-feira (19/06/14), nasceu o segundo filho de Wanessa Camargo, de parto normal hospitalar. A cantora já tinha uma cesárea e manteve firme sua decisão de parir em meio a vontade contraria de seu pai. O parto virou notícia e a nova mamãe de dois ganhou mais fãs. E aí que sua rival colega de trabalho Sandy, cinco dias depois, teve seu primeiro filho, por via cirúrgica.

Sandy havia declarado em entrevistas, no inicio da gestação, que desejava parto normal, assim como a maioria das mulheres, e iria deixar os destino decidir. Infelizmente, diante das inúmeras falhas do sistema obstétrico do nosso país, "deixar nas mãos do destino" é arriscado e na maioria das vezes o resultado é uma cesárea desnecessária. Não estou afirmando que foi esse o caso de o Sandy. Das palavras ditas por ela, a única certeza que temos é que o que é imortal não morre no final  (desculpa, não aguentei) seu filho nasceu de cesárea e estão bem. Não acredito que falta de informação tenha sido o motivo da cirurgia. Não sabemos sequer se a cesárea foi agendada ou não e se houver sido escolha da Sandy não temos poder para julgá-la.

Continuo admirando as que querem e conseguem parir em nosso país. Continuo defendendo que não há meio melhor de nascer que o natural (salvo caso de necessidade verdadeira de interrupção da gestação através de cirurgia), mas aos que mandam as mulheres que sofreram cesárea para o tronco da humanização para que levem 300 chicotadas via comentários preconceituosos e desrespeitosos em redes sociais, deixo as palavras da musa da minha infância e pré adolescência (ABAFA):

"Quem escolheu fui eu, e tenho que aceitar
mas não foi erro meu, você no meu lugar
faria exatamente igual"
(Imortal/immortallity, sandy e Júnior)

=P