domingo, 31 de agosto de 2014

educômetro

teste para saber se você está fazendo um bom trabalho quanto a educação do seu filho:

responda as questões abaixo:

1. seu filho obedece a todas as suas ordens?
2. Ele come tudo que você manda?
3. Nunca bateu em outras crianças, nem ocasionalmente tentou estapear sua cara?
4. jamais soltou a sua mão e correu?
5. nem um dia em sua vida deitou no chão do shopping?
6. nenhuma vez gritou na igreja?
7. Sempre divide o lanche e os brinquedos?
8. cumprimenta alegremente seus amigos?
9. desculpa-se e agradece sempre?
10. responde com sim a todos os seus pedidos?

Caso você tenha respondido não a alguma das perguntas a cima, saiba que seu filho é uma criança como qualquer outra! Se você achou que eu ia dizer que ele é mal educado, você não me conhece   estava muito enganado!

Já se você respondeu sim a todas, seu filho só pode ser um ET, desculpa.

Crianças são seres humanos em desenvolvimento e não conseguem perceber o mundo como nós, adultos! Na sua perspectiva, tudo gira em torno delas, por isso não entendem limites. Querem seus desejos atendidos na hora e não adianta explicar, neurologicamente, não estão prontas para obedecer! Nossa responsabilidade é ensiná-las através de empatia e exemplo como agir diante do medo, da curiosidade, do desejo descontrolado de por a mão na tomada.

Dar palmadas e colocar num canto isolado, de castigo (argh, odeio essa palavra!) pode cortar comportamentos indesejados pelos adultos como bater na cara da mamãe, mexer no enfeite da sala, gritar por um pedaço de comida, se jogar no chão, mas isso não quer dizer que a criança aprendeu por que não deve fazer tais coisas! Quando esses comportamentos são extintos por ações semelhantes as citadas, nossas crianças podem perder um pouco da sua individualidade, se moldando a fôrma de obediência esperada pelo mundo a nossa volta e muito provavelmente entenderão aos poucos que não podem lutar pelo que querem, não podem questionar, não podem ser diferentes de ninguém, o que  prejudica seu desenvolvimento e auto-estima.

As chamadas "birras" todas farão, em proporções diferentes, dependendo da sua personalidade. É a maneira que conhecem para expressar seu desapontamento diante da impossibilidade de ter e fazer o que querem. Percebo que o desconforto dos pais mediante tais atitudes é social! Nos constrangemos diante dos olhares dos outros. O que será que pensarão da mãe ou do pai que somos? Mas o que realmente deve importar é o vínculo entre nós e os pequenos! Mais vale validar os sentimentos da criança, demonstrar respeito pelos seus desejos e necessidades particulares e compreensão pelas suas atitudes imaturas (por que, afinal, nós é que somos os adultos, oi?) do que dar satisfação a quem vê de fora e julga sem conhecer nossa vida (e mesmo que conheça!). Deixem que falem, deixem que pensem. Atentem para o que é realmente especial, aquilo que seu filho levará pra vida toda! lembranças de uma pai e uma mãe amorosos, respeitosos, sensíveis! A partir desse exemplo, aprenderão a ser assim também e levarão como herança para sua vida adulta o altruísmo, melhorando suas relações com os que viverem a sua volta. Particularmente, eu acho que o amor é contagioso!

É preciso deixar claro que precisamos, obviamente, ensinar as crianças sobre limites e bom comportamento, mas sempre lembrando de não criarmos expectativas incompatíveis com a maturidade delas! Quando você achar que seu filho fez algo desagradável respire, ponha-se no lugar dele, calmamente resolva a situação e depois de maneira firme, porém amável explique por que o que ele fez te deixou chateado, sempre lembrando de não transferir seus sentimentos para a criança e sim para a atitude dela!

Alguns exemplos de como eu procuro agir com os meninos e tem dado certo:

quando querem mexer em algo que não pode, primeiramente eu avalio se realmente fará diferença mexer naquilo. Se não for algo que machuca, deixo mexer, descobrir, aprender. Se o objeto não é meu ou é perigoso, tiro do alcance da criança, caso não seja possível, faço qualquer macaquice  arrumo algo interessante para ela fazer! Exige criatividade, pois nem sempre é fácil achar algo que chame mais atenção que um objeto proibido, mas funciona e evita o estresse de ficar retirando a criança do local e repetindo "não"!  Palmadas podem cortar esse comportamento, mas sinceramente, não acho que ensinem absolutamente nada e também não acho justo sofrer violência por curiosidade, desejo de aprender e explorar o mundo a nossa volta!

quando ocorre uma crise de choro tento conversar, explicar por que estamos fazendo o que o faz chorar. Normalmente não resolve no mesmo instante, mas coloco no colo, abraço, digo que compreendo (usando termos referentes a situação, ex. "sei que aqui está muito legal e você não quer ir embora agora, mas eu preciso ir e não posso ficar longe do meu filhão!") e procuro mudar o foco da situação fazendo perguntas ou sugerindo novas atividades! Normalmente não dá 3 minutos, estamos todos calmos e felizes!

Quando agem com agressividade, batendo, gritando ou coisa do tipo, calmamente falo que aquele comportamento me entristece, peço para falar baixo (falando bem baixinho) e digo o que espero deles: que me abracem, me beijem, falem palavras agradáveis. As vezes a raiva é grande e eles precisam de um tempo pra se acalmar (acontece até com a gente, é ou não é?), se eu percebo que é o caso, posso até pedir (a Benício claro) que fique no quarto um pouco, mas nunca com o intuito de pensar no que fez (certeza que ou não pensaria ou ficaria com mais raiva ainda), mas sugiro que saia quando se acalmar ou que descubra algo legal para fazermos!

Disciplina positiva é um exercício diário. Compreender que nossos filhos são prioridade, não importando o que os outros estão pensando de nós e refletir sobre suas e nossas atitudes a partir da perspectiva deles é o ponto de partida para fazer dar certo. Dizer não quando necessário e sim quando possível é demonstrar que respeita e se importa com o que pensam e sentem! Sim, crianças pensam e sentem e buscam seus próprios quereres com unhas e dentes! Jamais tentando nos manipular com esperteza maligna,  mas do jeito que sabem. Conforme forem crescendo e aprendendo outras maneiras de argumentar e se comunicar, mudarão de estratégias, ensinemos pois as estratégias do diálogo, do se importar com a necessidade do próximo através do exemplo e do nosso relacionamento com elas!

Sei que não é fácil manter a calma sempre, que outras circunstâncias nos cercam, que também nos cansamos, temos nossos defeitos e fraquezas, mas vale a pena o esforço pra mudar! Uma coisa que me ajuda a não perder a paciência é assumir a responsabilidade pelos meus sentimentos, por exemplo, quando preciso pedir desculpas a Bê, peço e ao invés de falar coisas do tipo "desculpa, mas VOCÊ me estressou" eu procuro falar "desculpa, mas  EU estou muito cansada e estressada, eu não quero mais gritar com você!"

Por fim, vamos abolir os rótulos! nada de taxar os pequenos os nossos ou os alheios) de mal educados, desobedientes, difíceis ou "buliçosos" (um sinônimo, por favor)! vejamos tudo pelo lado positivo! mudar o nosso olhar sobre as crianças, muda a nós mesmso e pode mudar o mundo a nossa volta!







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