quinta-feira, 24 de julho de 2014

mãe antibrinquedo

Tô eu em lojas de brinquedos tradicionais, onde a maior parte deles é de plástico com botões, luzes e musiquinhas irritantes. Tô eu procurando presentes de aniversários e minutos depois querendo fugir frustrada pra uma livraria qualquer!

Nesse tipo de passeio me canso rápido! Passo o olho nas prateleiras e tirando jogos, quebra-cabeças e um ou outro brinquedo, o resto me enjoa. Bonecos, bonecos, carrinho, pistas, bonecos, coiseras que ocupam espaço demais e permitem pensar de menos, surgem aos meus olhos e tentam acabar com meu bolso ou limite do cartão!

Não, não estou querendo dar uma de intelectual, o problema é  que aqui não cabem tantos bonecos que fiquem esquecidos por dias, semanas e sei que meus filhos são muito inteligentes para seguir o que uma mesa de ferramentas os manda fazer em três línguas diferentes! Quanto mais brinquedo mais bagunça pra arrumar e  além disso, sou do tipo "abaixo o consumismo" e "diga não a publicidade voltada para o público infantil" (ok, eu vou comprar os bonecos de Como treinar o seu dragão da mc donalds porque achei o filme fofo).

Quer ver eu ficar irritada, é Benício vendo tv: "mamãe, eu quero um desse!" "mamãe, eu quero um desse" "mamãe, eu quero um desse"! (santo netflix que me livrou dos comerciais) Bê, senta aqui e vamos fazer nosso brinquedo com papelão! vamos pintar, jogar bola, fazer bolha de sabão com tubo de caneta, casinha de lençol velho!

Adoro quando ele brinca de faz de conta com coisas de verdade, quando a tampa da panela vira escudo de cavaleiro e um pano qualquer transforma-se no vale dos dinossauros... ver seus olhos brilhando, refletindo a transformação de copos descartáveis em binóculo mágico, bom demais!!!

Criança e criatividade têm a ver até no nome, e acho que funcionam bem com brinquedos que não parecem de brincar! É questão de liberdade!

Em 4 anos devo ter comprado dois ou três brinquedos pra Bê. Compro livros, jogos, quebra-cabeças. Bonecos, carrinhos, bolas, ele ganha e agradeço todos os presentes! Claro que tem muita coisa legal! tem cavalo de pau, conjuntinho de médico, cesta de basquete, bonecos de heróis e dinossauros, mas veja bem, pra que exagerar, no aniversário de 3 anos, uma festinha com uns 15 convidados (na escola), o menino ganhou 10 presentes e 7 deles eram carros de plástico! SETE!

O aniversário de Danilo é domingo e quem quiser presenteá-lo não se reprima, apenas pense bem no que vai dar, brinquedos educativos existem, quanto menos luzes melhor, de preferencia que não usem pilhas. =D

Nos mais, quando for a um aniversário infantil seja original, não dê carros e bonecas pois com certeza mais alguém dará!

desculpa a chatice,

beijos






sexta-feira, 11 de julho de 2014

pra frente...


Você cresce e percebe que os sonhos estão sempre se reinventando. Ou porque você mudou e não deseja mais as mesmas coisas ou porque o tempo passou e não deu pra correr atrás de tantos anseios.
Grávida pela primeira vez, em 2009-2010 o que eu mais queria era ser perfeita. Achava que tinha que estar completamente pronta quando Benício chegasse aos meus braços, pra não errar em nada. Os meses passaram e obra milagrosa alguma aconteceu em mim! Eu não sabia que a escola ERA ele, que a cada decisão difícil eu estaria aprendendo, que a cada aperto no coração cresceríamos juntos, que tanto iria mudar, mas não pra poder educá-lo e sim por educá-lo!

Grávida pela segunda vez, em 2012-1014 eu pensava mais uma vez em como precisava melhorar (e ainda penso, e ainda anseio). Há  onze meses Danilo nasceu. e ter dois filhos não é igual a ter um só. Novas experiências, medos, descobertas. Desafios diários, muitos. As vezes eu paro e penso "quando o caos vai acabar?" Sim me sinto plena em tê-los comigo, agraciada com essa missão de educar seres humanos (ainda mais nesse mundo difícil), me sinto amada, mas me acho tantas vezes muito tola, medrosa e imperfeita pra algo tão grandioso como a maternidade!

Como eu ia dizendo, parece que estou em meio a um caos. Uma guerra comigo , para ser clara. Olhando de fora alguém pode pensar: "Ela tem uma bela família, saúde, trabalho, o que ela está falando?" Até eu penso e me sinto completamente feliz e realizada, mas ao mesmo tempo cansada, insegura.

Quanto aos sonhos de que falava lá em cima e não só os sonhos, mas os desejos e até as necessidades que parecem urgentes , precisam, quase sempre, ser deixados pra depois. E depois não são algumas horas, muitas vezes não são apenas dias, talvez anos, talvez vidas... possivelmente, muitos ficarão pra nunca mais e com o tempo deixarão de fazer falta.

O tempo da maternidade briga com nossos próprios quereres, nos encurralam em meios a desafios nos fazendo pensar em caminhos mais fáceis. Nessas horas eu lembro que com eles, os filhos, não terei depois, não terei segundas chances. O que vale é o aqui agora e é preciso fazer o melhor. Mesmo cansada, cheia de vontades, posso esperar. Tudo pode esperar, por que aqueles 9 meses em que achei que não mudei em nada passaram, 4 anos se passaram, mais 40 semanas se passaram, por fim, 11 meses se foram. Parece pouco, mas é tudo o que eles já viveram.

As noites em claro, febres, mordidas, "birras" passam, mas passam também o colinho, o cheirinho de bebê, o correr para os nossos braços, o ser tudo que eles precisam. Eu fico feliz que, em meio a tanta insegurança, eu tenha plena consciência disso e que, em meio a tanta imperfeição, eu possa aprender com eles e por eles a ser melhor!

Desculpem se o texto é confuso, mas são sentimentos expostos como são, como os sinto. Hoje não consigo projetar 100% quem eu gostaria de ser. Consigo gostar do que sou, mas não completamente de modo que não queira mais mudar. O que sei é que me transformo todos os dias, caminhando, nunca mais sozinha.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Deixem parir e deixem não parir também!

São indiscutíveis as vantagens do parto natural quanto a saúde de mãe e filho assim como não podemos questionar a eficácia da cesariana como uma cirurgia capaz de salvar vidas nos casos em que há alguma intercorrência. Além do aspecto físico, muitas mulheres (tipo eu) relatam ter vivido algo muito louco fantástico e transformador ao parir, mas precisamos reconhecer que o parto normal, para que seja uma experiência benéfica para a mulher, deve ser uma escolha da mesma.

Infelizmente, nem sempre fazemos escolhas baseadas em informações de qualidade, assim como nem todas as nossas decisões são racionais. Insegurança, medo da dor, desejo de proteger nossos filhos nos levam a cometer erros e acertos. Mesmo assim, em tempos de luta pela humanização do parto, cesariadas tornam-se, muitas vezes, alvo de críticas, principalmente pessoas públicas, como atrizes, modelos, e famosas em geral.

Quinta-feira (19/06/14), nasceu o segundo filho de Wanessa Camargo, de parto normal hospitalar. A cantora já tinha uma cesárea e manteve firme sua decisão de parir em meio a vontade contraria de seu pai. O parto virou notícia e a nova mamãe de dois ganhou mais fãs. E aí que sua rival colega de trabalho Sandy, cinco dias depois, teve seu primeiro filho, por via cirúrgica.

Sandy havia declarado em entrevistas, no inicio da gestação, que desejava parto normal, assim como a maioria das mulheres, e iria deixar os destino decidir. Infelizmente, diante das inúmeras falhas do sistema obstétrico do nosso país, "deixar nas mãos do destino" é arriscado e na maioria das vezes o resultado é uma cesárea desnecessária. Não estou afirmando que foi esse o caso de o Sandy. Das palavras ditas por ela, a única certeza que temos é que o que é imortal não morre no final  (desculpa, não aguentei) seu filho nasceu de cesárea e estão bem. Não acredito que falta de informação tenha sido o motivo da cirurgia. Não sabemos sequer se a cesárea foi agendada ou não e se houver sido escolha da Sandy não temos poder para julgá-la.

Continuo admirando as que querem e conseguem parir em nosso país. Continuo defendendo que não há meio melhor de nascer que o natural (salvo caso de necessidade verdadeira de interrupção da gestação através de cirurgia), mas aos que mandam as mulheres que sofreram cesárea para o tronco da humanização para que levem 300 chicotadas via comentários preconceituosos e desrespeitosos em redes sociais, deixo as palavras da musa da minha infância e pré adolescência (ABAFA):

"Quem escolheu fui eu, e tenho que aceitar
mas não foi erro meu, você no meu lugar
faria exatamente igual"
(Imortal/immortallity, sandy e Júnior)

=P